quarta-feira, 3 de maio de 2017

XLVI - Morte Branca - Ethos de uma Alma Invertida




É-me mais interessante
Enterrar seu corpo sob
A grossa camada de
Gelo aos pés da bela
Catedral de São Basílio,
Pois não há, para ti,
Lugar em meu Jardim.

O branco do gelo
É o branco de sua pele,
O frio do gelo 
É o frio de sua alma.

Que os vermes façam
O trabalho de devorar
O seu belo corpo e
Fazê-lo igual a tua alma.

Se nem mesmo os
Vermes se dispuserem
A fazer o seu trabalho,
Então que seu corpo
Permaneça intacto sob
O branco manto de neve,
Um macio esquife.
Branco leito de repouso eterno...
Uma ode à sua feia beleza!





* Imagem http://www.beachfrontbroll.com/2014/02/SnowSpecialEffect.html *






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